segunda-feira, 16 de julho de 2012

O maior.


Duzentas e oitenta e sete semanas como número 1 do ranking da ATP.

Recorde (Pete Sampras, 286) quebrado.

Para muitos o maior tenista da história.

Pra mim o maior esportista da história.

Não só pelo que faz "em serviço": tente procurar algum episódio, fora ou até dentro das quadras, em que o suíço desrespeitou um adversário ou se envolveu em algum "abacaxi".

Tsc, tsc, tsc...

Não perca seu tempo: nem mesmo o onipotente Google será capaz de entregar Roger.

Atleta mais bem pago do mundo segundo estudo realizado pela "CNN" (lista aqui), Federer é um sujeito que parece tirar o direito que as pessoas têm de não gostar de outras pessoas. Sim, foi isso mesmo que eu quis dizer: você , leitor, não tem o direito de não gostar dele.

(Favor não confundir com "você é obrigado gostar mais do Federer do que de qualquer outo tenista".)

Explico.

O suíço joga o tênis clássico. Um tênis igualzinho manda o livrinho. É o modelo (único, vale salientar) a ser copiado dentro de uma quadra de tênis. Não faz cera pra sacar e não vai à toalha em todos os entrepontos (certo, Nadal?). Não tem um certo ar de soberba e não faz aqueeeelas milongadas na hora da onça beber água, momento que separa meninos de homens (certo, Djokovic?). E não deixa seu talento de lado e demonstra estar à espera de que o adversário lhe dê de bandeja a vitória (certo, Murray?).

Roger joga limpo e joga bonito. De um jeito que parece nem fazer esforço.

Você pode preferir torcer pelo Nadal. Você pode preferir torcer pelo Djoko. Pelo Murray e por qualquer outro do circuito.

O que você não pode, repito, é não gostar do suíço. Porque pra isso é preciso, antes de tudo, não gostar de tênis. Não gostar e reconhecer o tênis do tal Roger Federer, segundo o bom Paulo Cleto, "é algo na linha de subir no Corcovado, olhar aquela maravilha lá embaixo e ficar desejando que aquilo fosse um sertão".Isso!

Coisa boa é estar vendo a história ser feita, ser escrita. E poder contar como quem viu. E não como alguém contou.

Obrigado, Roger FEDERER.


Ps.: A ATP divulgou um vídeo em homenagem ao suíço pelo recorde alcançado nesta segunda-feira. Mescla imagens de todos os 17 Grand Slams conquistados. Vale ver clicando aqui.

Ps.: Nesse décimo sétimo parágrafo, um para cada Grand Slam do suíço, registro algo que correu pelo twitter envolvendo a quantidade de semanas e o número de majors conquistados por Roger: 2+8+7 = 17. (Besta, mas bom!) #RF287

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Un, deux, trois, au revoir le Brésil.


Doze de julho de 1998.

Há 14 anos assistíamos a maior derrota brasileira na história das Copas do Mundo. O chocolate, que certamente já começou na execução dos hinos com quase 79 mil franceses cantando a Marselhesa, veio sem dó nem piedade.

Naquela tarde - noite no Stade de France em Saint-Denis - a França de Zidane, Thurram e Barthez se transformava em um dos maiores (ou maior!) carrascos do selecionado canarinho.

Um time apático pelo que acontecera horas antes com Ronaldo contra um adversário bem treinado e muito consciente do que precisava fazer em campo. Some-se a isso o fato deste adversário estar disputando uma final de Copa e ainda por cima jogando em casa.

Faca, queijo e goiabada, amigo.

Ou caixão e vela preta, se preferir.

O time de amarelo entrou na roda, não assustou (ou fez o raríssimas vezes) o selecionado francês e foi presa (MUITO) fácil pro time de Aime Jaquet.

Surgiam então teorias malucas - criadas, certamente, por gente que se embebeda pelo que ouve da Globo e acha que o futebol brasileiro tem time pra ganhar de tudo e todos.

Uma dessas teorias foi a de que a França havia comprado a final.

Como se à época o time brasileiro fosse infinitamente melhor que o da casa. Não era bem assim. Longe disso, até.

Pura bobagem e uma bela de uma arrogância atribuir a vitória francesa a uma entrega de Zagallo & cia.

Aliás, os brasileiros são assim mesmo. Oscilam da auto-piedade mais miserável à arrogância mais histérica.

Duas cabeçadas de Zidane em dois escanteios e mais um gol pra fechar o caixão aos 47 do segundo tempo.

Como continuação desse texto eu recomendaria um vídeo, que pode ser visto clicando AQUI.


"Un, deux, trois, au revoir le Brésil!"


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sabendo perder. E sabendo vencer.


Andy Murray é capaz de responder uma pergunta que POUCOS são capazes: a de como é jogar uma final com o mundo em suas costas.

Talvez Ronaldo tenha ideia do que seja isso. Pelo episódio na final da Copa 98 (a convulsão horas antes e uma participação nula em campo) e a redenção na final da Copa seguinte, a de 2002 (quando meses antes MUITOS já o davam como acabado pro futebol).

Talvez.

"Talvez" porque o futebol é um esporte coletivo. E, naturalmente, Ronaldo teve ajuda dos companheiros de time. Murray não. 

O escocês carregou nas costas durante essa final "em casa" o peso de (pelo menos) 4 nações. Eram 74 anos sem que um britânico pisasse a grama de Wimbledon para disputar a final do torneio londrino. Tempo suficiente para que o público da Quadra Central o empurrasse. Como, de fato, aconteceu. Sem desrespeitar Roger.

Eu poderia escrever que Murray foi letal na maioria dos ataques e fez uma apresentação de gala no primeiro set - já a partir do primeiro game!

Eu poderia continuar escrevendo e dizer que Federer voltou pro segundo set com a faca na boca e os olhos bem vermelhos - o que é algo meio novidade pro suíço "de gelo". Tão novidade quanto a ausência das já manjadas - e esperadas - viajadas do suíço. Surpreendentemente elas não apareceram no templo maior do tênis. Pro bem dele, dos que torcem por ele e pro tênis. Por outro lado, pro mal do Murray, coitado.

Mas eu prefiro me ater às declarações de ambos os tenistas já na hora de cada um receber seu troféu. (Aliás, coisa linda o de campeão, não?)

Público da Quadra Central de pé.

"Tô chegando mais perto (de ganhar um Slam)! (emociona-se, respira fundo, olha pro céu, chora) Eu vou tentar mas não vai ser fácil. (público aplaude) Primeiro queria parabenizar o Roger. Você jogou grandes partidas, teve que brigar muito durante o torneio e tem muita força interna ainda pra lutar e vencer. Você mereceu! Vou tentar não olhar pro pessoal do meu camarote pra não chorar mas queria agradecer a todos e dizer que eles fizeram um grande trabalho. E, por último, pra todos vocês... (cai no choro, agora de verdade, e o público aplaude) As pessoas falam da pressão que é jogar Wimbledon como difícil é, mas as pessoas por perto fazem as coisas serem mais fácil... Muito obrigado por todo o suporte que vocês me deram! Thank you!"

As câmeras motram imagens abertas e fechadas e me fazem ter ideia de que todos os presentes aplaudem. E 1/4 do público enxuga lágrimas.

As lágrimas do - humano - Murray representam a vontade de vencer. Alí, naquela grama, onde seu técnico (monstro no passado) Ivan Lendl disse que trocaria todos os seus Roland Garros conquistados por um simples Wimbledon. O mundo viu que o humano - e meninão - Murray merece chegar lá.

Roger o recebe com algo em torno de meia dúzia de palavras ao pé do ouvido e um sorriso. E o faz sorrir.

"Não, eu não li! Evitei! (perguntado se ele leu os jornais e se deu conta da pressão que iria enfrentar por uma partida tão importante) Murray foi muito bem, nesses últimos anos ele tem sido muito consistente, pra mim ele mostra que gosta muito carinhosamente de tênis e sobretudo desse torneio. À ele eu diria 'ganhe um Grand Slam, Murray, você merece'! Sobre mim eu posso dizer que joguei o meu melhor tênis, me sinto muito bem em estar de volta como ganhador, parece muito familiar jogar a final que é esse grande momento. Me sinto muito bem em receber esse troféu (7ª vez!), muitas coisas mudaram na minha vida, tive que fazer muito esforço, mas as coisa sempre vêm nos momentos certos. Me igualo ao Pete Sampras, que é meu ídolo... é inacreditável, é incrível, me sinto maravilhado. (perguntado como se sente ao ter o troféu depois de passar 3 anos sem conquistá-lo) Ser número do mundo não é algo que se ganhe de presente, ano passado estive dois sets à frente e acabei perdendo, no US Open talvez tenha ficado nervoso ou talvez eles (Djokovic e Nadal) tenham sido muito bons, mas eu nunca deixei de acreditar, passei a jogar mais, readquiri minha confiança de volta e estou vivendo esse momento mágico. Um sonho que se torna realidade. Obrigado a todos!"

Murray sabendo perder. Federer sabendo vencer.

Roger agradece quando nós é que temos que agradecê-lo por ser o vencedor que é e vencedor como é.

O maior tenista de todos tempos no maior palco do tênis alcançando o topo do ranking.

Senhores, Roger FEDERER!



Ps.: O vídeo com boa parte das palavras do Murray pode ser visto clicando aqui.

sábado, 7 de julho de 2012

Três e quatro.





A ordem das fotos faz referência à classificação do "top 4" no ranking da ATP antes do início de Wimbledon.

Djokovic e Nadal ficaram pelo caminho e fazem a final do torneio londrino o hexacampeão Federer contra o escocês (desde 1938 Wimbledon não tinha um britânico na final) Andy Murray.

Sobre Andy Murray vale ler isto aqui.

Não que isso valha alguma coisa, mas caso o adversário do britânico fosse QUALQUER outro, minha torcida seria para ele.

Murray carrega nas costas o peso de jamais ter ganho um torneio do Grand Slam. É algo como se fosse (no futebol usamos muito) a história do "eterna promessa": tem "bola" pra ser campeão em qualquer dos 4 GS. Mas nunca foi. O texto sobre ele que recomendei e linkei acima explica muita coisa.

O problema do Murray parece passar por motivação. E se a presença na final do palco mais histórico do tênis (e em casa!) não lhe for suficiente pra estar "mais-que-motivado"... Nenhum outro será.

A favor do maior esportista de todos os tempos tem a possibilidade de, em caso de vitória, voltar ao topo do ranking da ATP e quebrar o (mais um!) recorde de semanas como número 1 que pertence a Pete Sampras. E, claro, aumentar a diferença de Grand Slams conquistados em relação a Djokovic e Nadal.

O jogão acontece às 10h desse domingo (08/07) com transmissão do SporTV2.

Acho que o suíço chega ao 17º GS conquistado. Ao hepta(!) em Wimbledon. E ao topo, lugar de onde nunca deveria ter saído...


domingo, 1 de julho de 2012

Merci, Zizú.


de julho de 2012.

Seis anos da MAIOR apresentação individual em uma partida de Copa do Mundo.

Um jogador genial em mais uma noite genial contra o Brasil.

Merci, Zizú.

Vídeo "Brasil x França por Tino Marcos".
Vídeo "Zidane contra o Brasil". (Vale - MUITO - ver!)

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