Didico

E agora, Imperador?

De novo, Adriano?

O filme se repete e, claro, o final é o mesmo: Adriano e mais um contrato rescindido.

Há menos de um ano (29/03) aconteceu quando era jogador da Roma. Há menos de dois foi o Dunga quem desistiu daquele que seria o 9 na Copa. Hoje foi a vez do Corinthians desistir dele.

Adriano parece não saber (ainda) se é Imperador ou Didico. Um é o apelido dado pelos europeus: forte, um tanque rompedor, um amontoado de músculos c/ uma perna esquerda letal. O outro, "Didico", é apelido de infância: jeito de chamar pequenos.

E não deve ser fácil conviver com TAMANHA contradição.

Eu, sinceramente, tenho dó do Adriano.

Adriano é uma boa pessoa e não há como duvidar disto. É quase unanimidade no meio do futebol no que diz respeito ao ambiente do dia-a-dia e do vestiário com os colegas dos times por onde passou. Já ouvi algum dizer que "o coração do Imperador é maior que ele".

Eu não duvido.

Vou além: Adriano é bem mais Didico que Imperador.

Adriano foi capaz de pedir pra sair da Internazionale de Milão e voltar pra o Brasil. Se você não sabe, isso significa abrir mão de milhões de euros. Como também significa ser honesto com o time, com a torcida e com ele, o Didico.

Adriano prefere andar descalço a ter que calçar Prada.

No(s) caso(s) Adriano, entre "mau caratismo" e "ingenuidade", eu consigo acreditar mais neste que naquele.

E eu acredito no ser humano. Acredito na capacidade do Adriano se reerguer.

Presidenta Patrícia Amorim, contrate o Adriano.

Adriano precisa de "carinho de casa". E da psicologia, que cuida da alma.

Adriano nasceu no Flamengo, explodiu e venceu no Flamengo e somente no Flamengo ele foi feliz (lembra?).