sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A verdadeira farra de 2014.

Quando sai de cena a euforia e entra a preocupação.
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A Copa do Mundo no Brasil começa – com atraso, pra variar – a se desenhar.
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Pior: mais em números que em obras, mão na massa.
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Não é possível que qualquer brasileiro, em sã consciência, retenha-se ao deslumbramento festeiro e deixe pra escanteio a – gigantesca – farra com o dinheiro público que está por começar.
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Em números:
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- o Engenhão, construído pro PAN2007, teve seu orçamento inicial em 70 milhões de reais. Custou pertinho de 400 milhões de reais. A CBF já deu o recado de que não deseja contar com o Engenhão para a Copa;
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- a REFORMA do Maracanã está orçada em 600 milhões reais. O mesmo Maracanã que “consumiu” 300 milhões de reais na reforma pro PAN2007;
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- o Castelão, em Fortaleza, teve sua REFORMA orçada em 487 milhões de reais;
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Como assim REFORMAS a custo de construção??? Como as pessoas chegam a números como 600 milhões, 487 milhões de reais???
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Pior que TODOS esses números é a expectativa – pra não dizer certeza – de que todos serão estourados.
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Sim, porque nada me faz crer que algo conduzido por nossos políticos e o senhor da CBF Ricardo Teixeira seja dotado de lisura. Este mesmo senhor que há 21 anos não desocupa a presidência da Confederação BRASILEIRA de Futebol e, no entanto, só se preocupa com a Seleção Brasileira. Nada faz em prol do futebol nacional. Os times estão todos quebrados e o êxodo de jogadores é cada vez mais precoce.
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Ricardo Teixeira? Ta nem aí!
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Pra finalizar: nosso PAN de 2007 teve seu orçamento de 400 milhões saltando para um total de 3 bilhões de reais.
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É mole???
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Você consegue imaginar a que números chegaremos, mantido esse salto orçamental do superfaturado PAN2007, em 2014?
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Eu não.

sábado, 7 de agosto de 2010

Porque repudiar a CBF.


A capa do jornal de maior circulação da Espanha dispensa qualquer explicação.

E detona, de vez, as máscaras que a CBF usaram pra esconder o que de fato havia com Kaká.

A CBF e o Dunga - e o próprio Kaká, por que não? - brincaram com (e duvidaram da) inteligência alheia.

Nos microfones, repetiam insistentemente que nosso camisa 10 na África estava em condições de disputar o torneio de futebol mais importante.

Em campo, não era isso que se via. Muito pelo contrário. Via-se um Kaká no limite do esforço físico esbarrando nas dores que sentia.

Marcos Uchôa disse que "na versão atual Kaká está mas não está em campo".

Dunga preparou um time EXCELENTE pra disputar uma guerra. Não um torneio, de tiro curto, que se exige jogadores em EXCELENTE condições físicas e técnicas.

Fiasco na Copa 2010 e Kaká repetia a cena pós-fiasco de 2006: "eu não joguei 100% fisicamante".

Ora bolas! E por que dizia que estava bem, amarelo!?!

Na última quinta-feira (5), kaká operou o joelho esquerdo. O mesmo que ja doía pouco antes (e durante, óbvio) do mundial, conforme declaração do próprio jogador. Kaká ficará fora dos gramados por aproximadamente 4 meses.

O que mais chama atenção nisso tudo é o que disse o médico belga que o operou:

"Ele começou a jogar com um incômodo e acabou com uma dor insuportável. Entendo que trata-se de uma competição única, que havia pressão, mas ele forçou demais contra Holanda e Chile. Ele reconheceu a mim que sentia muita dor. Só de ver pude comprovar que era grave. Poderia ter acabado com a carreira dele. Poderia ter se arrebentado, mas graças a Deus foi operado no momento certo e tudo correu uma maravilha."

Imagem da Copa.


A imagem mais bonita da Copa do Mundo 2010.

A Argentina já classificada se dá ao luxo de poupar alguns titulares no jogo contra a Grécia.

Tevez, um dos poupados, sobe ao "palco" do jogo e vai em busca da filha Florencia.

São alguns minutos de caminhada, namoro e acrobacias pro mundo inteiro ver.
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E copiar, por que não?
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O vídeo da Florencia e o "papa" Tevez, aqui (a partir de 1'26''):

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A hora de parar.


Zidane, Schumacher e Ronaldo.
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Três gênios do esporte e a sabedoria de parar.
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O francês e o brasileiro foram os únicos que até então ganharam o prêmio da FIFA de melhor do jogador do mundo por três vezes.
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Schumacher venceu “simplesmente” 7 campeonatos mundiais na principal categoria do automobilismo e é detentor de um recorde, no mínimo, significativo: é o único piloto a ter terminado uma temporada inteira no pódio – em 2002.
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Campeão do mundo em 98 com dois gols de cabeça na final ante o Brasil, carregou o selecionado no título da Euro 2000 e no vice mundial de 2006. Zidane parou quando o mundo todo tinha certeza que por pelo menos mais um ano ele jogaria em alto nível. Preferiu parar a correr o risco de ficar se “arrastando” em campo. Os pedidos do presidente do Real Madrí para que assinasse por mais um ano foram em vão. Zidane teve a sapiência de não querer ir além do que o corpo e a mente poderiam, no esporte.
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Michael Schumacher largou a Fórmula 1 após a temporada de 2006. Decidiu voltar para a temporada 2010. É claro que é direito dele ir e voltar quantas vezes quiser. Mas definitivamente não “bom” pra história do heptacampeão figurar no mundo todo como alguém que não sabe – talvez por não mais poder – competir limpo. Para alguém que sempre competiu em alto nível e brigando pela ponta, não é normal estar com 36 pontos em 300 disputados. Pior que isso é ser protagonista de punições e de momentos bizarros como ultrapassagens proibidas e “fechadas” no adversários que o ultrapassavam. Constrangedor. No quesito “saber a hora do limite”, o alemão parece não ter a mesma sabedoria do francês.
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Ronaldo Nazário é o personagem que melhor representa o bordão “dar a volta por cima”. Apelidado na Itália de “Fenômeno”, meses após chegar à Internazionale de Milão em 1997, perdeu a final da Copa em 1998, esfacelou o joelho em 2000, recuperou-se quando quase todo mundo o deu como ex-jogador e foi ser campeão do mundo em 2002, decisivo em pelo menos 6 dos 7 jogos na campanha do Penta na Ásia. Um Ronaldo, de novo, fenomenal! Ocorre que, desde 2006 – quando chegou à Copa da Alemanha 12kg acima do peso ideal – o que se vê dentro da camisa 9 é apenas uma sombra do Fenômeno. Assim foi no Milan, quando novamente estourou o joelho já em 2008. Assim vem sendo no Corinthians: Ronaldo se arrastando em campo e, consequentemente, brincando com a paciência dos torcedores que vêem o pesado investimento feito pelo clube indo pro ralo. Afinal, qual retorno (considerável) Ronaldo dá ao Corinthians?
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Falta ao Ronaldo olhar pra si e perceber que até mesmo um Fenômeno tem limites. Ser sincero, consigo e com seus milhares de fãs, como fez o nosso Guga Kuerten:
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"Eu aproveito pra agradecer vocês e... não é que eu não queira realmente jogar mais,
eu peço desculpas, mas é que... realmente não consigo mais!"
Ao que me parece, entre ter ou não a sabedoria de parar na hora certa, nosso Fenômeno está mais pra alemão que pra francês.
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Uma pena!
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