quinta-feira, 26 de maio de 2011

Não é. Foi em 2006.

A Rede Globo tem vendido o AMISTOSO Brasil x Holanda (próx dia 04) como revanche do fatídico duelo entre as duas seleções na Copa da África.
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Não é. E dificilmente será.
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"Não é" porque SERIA (e olhe lá!) se fosse na mesma competição. Ou seja, se pudéssemos devolver aos holandeses o gosto amargo de ser eliminado de uma Copa do Mundo.
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"Dificilmente será" porque raramente os deuses do futebol dão uma segunda chance nesse tipo de competição. Há, sim, boas chances de um novo Brasil x Holanda em Copas. Mas com a geração de jogadores que estiveram em campo africano eu diria que essas chances reduzem para quase zero. A começar pelo nosso time: poucos são remanescentes do naufrágio em Porto Elizabete, em 02/07/2010. Mano Menezes prepara um time por critérios FUTEBOLÍSTICOS. Dunga o fazia por critérios de fidelidade à sua - bisonha - filosofia de futebol competitivo, regido sob uma discplina de quartel. Como disse o Marcos Uchôa, "já se ganhou Copas SEM isso. O que não dá pra ganhar é sem futebol". Perfeito.
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Mas de "revanche", por desastre em Copa, nós brasileiros não temos do que se queixar.
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Mil novecentos e noventa e oito. Copa do Mundo. Stade de France. Final da Copa. Brasil e França. Horas antes Ronaldo, então melhor do mundo, sofre convulsão. É "desescalado", entraRIA Edmundo. Meia hora antes do jogo Ronaldo pede pra jogar. Zagallo barra Edmundo, escala um Ronaldo baleado que só caminha em campo. Atônitos, jogadores, brasileiros e torcedores da canarinho vêem um passeio do time de azul. Trez gols, dois em cabeçadas de Zidane e um atropelo de Bathez em Ronaldo. A Copa do Mundo é erguida ao som do mais belo hino do mundo - "A Marselhesa".
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Dois mil e seis. Copa do Mundo. Frankfurt. Quartas-de-final. Brasil x França. Os times com vários jogadores que estavam na França 8 anos antes. A imprensa e a torcida sentem - e querem! - clima de revanche. Quase uma década explicando a escalação de um Ronaldo baleado e Zagallo bobeou. Parreira então nem se fala. Coordenador e técnico, respectivamente, ambos pregaram que não seria revanche e sim "apenas mais um jogo da Copa". Diziam que "Zidane está velho" e que "o time francês se arrastando na competição".
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Convulsão geral.
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São 15 minutos de um time de amarelo mandando no jogo. E só! Daí por diante, com exceção dos dois zagueiros, o que se vê é time de "Ronaldos em 98": presos na marcação dos franceses, sem atitude, paralisados como sapos, aceitando o resultado do jogo quando este ainda podia ser mudado. Nada de quadrado mágico.
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Como se ao ouvirem "A Marselhesa" tivessem todos borrado a cueca.
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Outra chance dessas, anotem aí, dificilmente acontecerá!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Chicote na mão.

Há duas maneiras do torcedor enfrentar uma derrota.
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A primeira diz respeito ao cidadão que reconhece a superioridade do time adversário e ponto final. Sabe que nem o seu time - e nem o do vizinho - é imbatível. É, ainda, uma questão de praticidade: não existe "mimimi" maior que falar em "merecimento" no futebol. Não é porque o atacante do time A chutou 10 vezes que este "mereceu": e o time do goleiro que pegou todas, onde fica? Nenhum time merece mais o GOL ou a VITÓRIA que aquele que o/a ALCANÇA.
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Ponto final.
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A segunda, e chata até doer, é a que se refere à derrota como "comprada", "arrumada" e coisas do tipo. O time dele jamais perde: sempre o juiz que dá uma mãozinha ao adversário. Há uma classe, a que jamais sequer chutou uma bola, que se vê no direito de justificar a vitória do adversário como "pura sorte". Conseguem ser piores que os que falam em compra de resultados. Amebas que não têm a capacidade de ver uma partida inteira e julga o resultado pelos últimos 5 minutos de jogo.
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Os torcedores do Vasco, Fluminense e Botafogo têm se especializado em desculpas esfarrapadas quando o assunto é a superioridade do Flamengo no Carioca. O Flamengo nunca é melhor: o juiz sempre erra pra nós, os outros levam azar, os nossos só têm sorte - talento e competência nem sinal, né? - e por aí vai.
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Senhores e senhoras: são 32 títulos conquistados, sendo um par de vantagem sobre o Fluminense, pelo menos uma década de vantagem sobre o Vasco e quase o dobro do que tem o Botafogo. São 8 conquistas nos últimos 13 campeonatos. O de ontem de forma invicta!
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Um time lutador, que não encanta, que não possui um camisa 6, não tem sequer um atacante de respeito, mas manda no estado de chicote na mão!
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