terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sem o mesmo gosto.


Pouco me importa se são 19 ou 50 anos sem vencê-los.

Um Brasil x França depois daquele fatídico 12 de julho de 1998 passou a ser muito mais que um jogo de futebol onde um sai vencedor, o outro vencido ou, em último caso, ambos iguais.

E mais ainda depois daquele, (talvez) um pouco menos fatídico, 1º de julho de 2006. Menos fatídico porque há quase 13 anos as duas seleções disputavam a final da Copa. Em 2006 eram "apenas" as quartas-de-final.

Em comum aos dois confrontos a atuação de um certo cidadão que atende pelo nome de Zinedine Zidane.

Em 1998, no mesmo Stade de France palco do jogo de amanhã, Zidane em duas cabeçadas (na bola!) preencheu e fechou o caixão canarinho que sonhava com a 5ª estrelinha na camisa. Atônitos, nós brasileiros insistíamos em dizer que perdemos aquela Copa pela convulsão de Ronaldo e cegos não víamos nascer um dos maiores jogadores de todos os tempos.

Zinedine quem?

Parecia ser preciso ter Zidane pela frente pra, enfim, tirarmos o chapéu pra ele.

E os deuses do futebol o puseram justo diante daquela que dizíamos ser a nossa "melhor geração em uma Copa". Discutíamos não se seríamos campeões, mas COMO seríamos: se ganhando de goleada, se com gols de bicicleta, se com o Gaúcho pedalando de marcha à ré, Ronaldo "voleiando", Adriano e Roberto Carlos soltando torpedos de todos os cantos do campo, Kaká dedicando seus gols às mais diversas igrejas, Robinho "chapelando" até o árbitro...

Zidane já havia dito sentir um "prazer especial" em enfrentar o Brasil. Pobres brasileiros...

Parecia um filme repetido: a Marselhesa, cumprimento especial no Ronaldo e a partir daí um pesadelo. Pra nós. Pedalou pra cima de Zé Roberto e Gilberto Silva, ajeitou na coxa e deixou Kaká olhando, fez embaixadinha pra cima do Gaúcho, ainda teve tempo de mandar o seu mais característico drible, o "roulette", pra cima do - já tonto - Gilberto Silva.

Zidane não teve pena sequer do amigo Ronaldo, à época já em forma de balão em campo: sapecou-lhe um chapéu sem dó nem piedade (foto).

Um show!

E dessa vez não houve convulsão ou qualquer coisa anormal. A atuação de Zidane foi daquelas de se guardar num DVD. "Uma atuação genial de um jogador genial contra o Brasil", bem definiu André Kfouri.

Amanhã Zidane não estará em campo. Infelizmente. O Brasil poderá (e deverá) ganhar.

Mas DU-VI-DO que terá o mesmo gosto que se tivesse ganho em um desses dois jogos.

Não pela Copa.

Mas por Zidane, nosso carrasco em duas Copas, não estar lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Web Analytics